26 de fevereiro de 2007


Em revista: Da Casa da Táta

Sou inocente. Tenho um álibi forte para nunca, até ontem, ter botado os pés na Da Casa da Táta, na Gávea. Acho esse costume de lautos cafés da manhã uma beleza, coisa de cinema, mas não sou dado a acordar com os passarinhos no fim de semana. Mais fácil dormir com eles. Por isso, mesmo quando durmo em quartos imperiais em hotéis - o que não é nada costumeiro - dificilmente aproveito a fartura maravilhosa do desjejum (palavra chique mas que não me pertence) incluído.

Já tinha ouvido maravilhas do café da Casa da Táta, que hypou e virou reduto de bacanas. Realmente, a manhã foi das mais agradáveis. Se eu tivesse acordado ao som de um alarme de garagem, talvez não tivesse aprovado tanto. É preciso entrar numa vibe zen para apreciar a experiência.

O nome diz tudo. A loja é pequena, decorada com itens de artesanato, cadeiras rústicas, talheres que não combinam - é mesmo como estar na casa de alguém. Da Táta, evidente. A dona goiana é quem cuida da cozinha e seu marido, Álvaro, do salão. Se eu fosse meigo, diria que é fofo. Se fosse esnobe, diria que é cozy. Mas não combinaria com a pamonha doce que pedi logo de saída. Ou melhor, de entrada.

The business is the following: pede-se o café simples ou Da Táta (R$ 22). O completo, que vem com cesta de pães, bolo, geléia, café e frios, dá pra dois tranqüilo, desde que turbinado com sucos como o de melancia com maracujá e quitutes com a pamoooooooooonha, fresquinha, saborosaaaaaa. Quando chegou aquele embrulho de palha verde com um tijolo cor de milho no meio, meus olhos brilharam como na Fantástica Fábrica de Chocolates. Molhadinha, com textura amanteigada, porém pedaçuda, a pamonha de lá é o céu, companheiro. Por módicos R$ 5.

Outros bons momentos: o pão de queijo caseiro (esqueça a Vovó do Forno de Minas), pão de alecrim mimoso e um bolo de cenoura com nozes que lembra as melhores merendas. Só não esquente a cabeça porque o recreio é longo. Espera-se do lado de fora - a fila ganha os banquinhos da calçada - e lá dentro, onde as garçonetes, apesar de simpáticas e sorridentes, sofrem de esquecimentos crônicos. Escolha uma companhia de bom papo para evitar silêncios constrangedores.

2 comentários:

Anônimo disse...

QUERO IR!
:(

André Gomes disse...

Nossa, deu vontade de acordar e ir direto pra lá. Que maravilha!